21, JUL 2016   Manoel de Almeida Henrique

Sobre um novo movimento contábil

Alguns podem estar se perguntando qual a relação entre o convite para o lançamento de um livro e o título "Sobre um Novo Movimento Contábil".
Através do livro, reunimos as nossas ideias baseadas em nossa experiência como gestor executivo na área tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, as quais, em sua grande maioria, foram fruto de nosso contato com empresários, contadores, advogados e o próprio fisco onde situações aflitivas geradas pela falta de conhecimento básico das normas contábeis relacionadas a tributos, especialmente o ICMS, causaram autos de infrações de valores milionários que poderiam ter sido evitados se houvesse um conhecimento elementar sobre a lógica contábil refletida dos atos e fatos do dia a dia de uma empresa e sua conexão com a lógica tributária.
O livro aborda, de forma inédita, os reflexos da convergência da contabilidade internacional sobre o ICMS. Um "Novo Movimento Contábil" seria, muito além disso, conforme consta no livro, nossa proposta - com exemplo de escrituração - para simplificação das obrigações tributárias com eliminação de diversos livros fiscais, EFD-ICMS-IPI, EFD-Contribuições, Livro de Apuração de ICMS, Apuração de ISS, Inventário, Bloco K, através de uma nova escrituração contábil que valorizasse não só o aspecto qualitativo das informações, mas também o quantitativo. Por fim, apresentamos na obra nossa solução técnica para viabilização desta nova contabilidade através do que chamamos "Lançamento Contábil Multifuncional", sobre o qual convidamos os leitores a nos enviarem suas críticas.
A nosso ver o livro vem em um momento muito especial do nosso país onde há um clamor por transparência e aperfeiçoamento nas demonstrações financeiras, no setor público, melhor capacitação dos legisladores, gestores e executores na interpretação dos relatórios contábeis, haja vista que a crise que o país atravessa resultou, entre outras coisas, de um modelo contábil e de fiscalização obsoletos  que possibilitou a ocorrência de fraudes contábeis que abalaram as estruturas econômica, política e ética do país, as quais, lamentavelmente, só foram descobertas através de delações premiadas quando deveriam ter sido descobertas por auditorias internas, empresas de auditorias independentes e pelo próprio fisco.

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